Ao lembrar do frenesi que causava nos anos 80, ele comenta:
— Acho que é uma forma de carinho. As pessoas estão prestando a atenção no que estamos fazendo, somos pessoas públicas, temos que lidar com isso. Comecei numa época de muita loucura, vivíamos uma espécie de beatlemania. Ia a um shopping e era uma loucura, coisas que, hoje, você só vê com Justin Bieber e One Direction. Tinha cartas de 100m, calcinhas e sutiãs no palco... — relembra o cantor.
Um dos momentos marcantes do rock nacional foi no Gigantinho, em Porto Alegre, em 1986. O RPM, no auge do sucesso, lotou o ginásio e apresentou a épica versão de London, London de Caetano Veloso.
— Aquela noite fez com que a canção estourasse. Fizemos uma gravação daquela versão, que foi lançada ao vivo e incluída no disco, em meio à turnê. Para que as pessoas pudessem ouvir, tinham que comprar o disco, não existiam essas facilidades de hoje. O rádio e o LP eram muito fortes — relembra o músico.
Em meio à ebulição do rock nacional, Paulo presenciou o surgimento de nomes gaúchos, que acabaram sendo fundamentais para a consolidação do gênero no país nos anos seguintes.
— Vi surgirem os Cascavelettes, os Replicantes, o TNT e dois grupos muito fortes do rock nacional: Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós. Minha ligação com o Sul do país, em geral, é muito forte. Além desse show fundamental na minha vida, morei em Florianópolis na juventude, pois meu pai era militar e foi transferido para lá_ relembra.