RPM MTV 2002, a volta do rock espetáculo.

RPM MTV 2002, a volta do rock espetáculo.



O sonho voltou a ser realidade em 2002, mas não durou muito. 

A geração que nos anos 80 cantou e dançou ao som do RPM – grupo mais popular da década, com hits como Revoluções por Minuto, Louras Geladas, Rádio Pirata, Olhar 43 e muitas outras, que renderam a marca de 2 milhões de álbuns vendidos – vibrou com a notícia, em dezembro de 2001, de que depois de 12 anos separados Paulo Ricardo (voz e baixo), Fernando Deluqui (guitarra), Luiz Schiavon (teclados) e Paulo “P.A.” Pagni (bateria) voltariam à ativa.
Esse mesmo público, mais os jovens curiosos com as histórias que ouviam de quem hoje está na faixa dos 30 anos, lotou os shows que o quarteto fez Brasil afora – com direito a efeitos de luz, raio laser, projeções em 3D etc., para relembrar o impacto que a banda causava nos anos 80 (no retorno do grupo, inclusive, o marketing usado pela gravadora Universal era o de tratava-se da “volta do rock espetáculo”). Os fãs também compraram em boa quantidade o disco lançado pelo quarteto, RPM MTV Ao Vivo 2002, no qual dava uma recauchutada nos antigos sucessos e apresentava algumas músicas inéditas. 



Foram 270 mil cópias vendidas do CD e 50 mil do DVD, o dico MTV Ao Vivo indicava uma volta triunfal do maior ícone do pop-rock brasileiro. Mesmo tocando pouco no rádio, grupo conquista novos fãs

Apesar do sucesso nos shows de 2002 e 2003, o RPM não chegou a emplacar um grande hit nas rádios. Vida Real, tema do reality show global “Big Brother Brasil” que foi lançado inicialmente como single, marcou oficialmente a volta do RPM, mas a execução na TV não se repetiu no dial. Quando o CD foi lançado, em 2002, o quarteto e a Universal resolveram apostar inicialmente nas novas leituras dos antigos sucessos, como Alvorada Voraz e Juvenília. Também foram para as rádios as inéditas Onde Está O Meu Amor (gravada em estúdio), que foi tema de uma novela global, e a boa Rainha, que poderia até ter sido melhor trabalhada. 


Nenhuma delas obteve grande êxito, mas foram o suficiente para matar as saudades dos antigos admiradores e criar novos fãs (vários fãs-clubes foram formados em todo o país).


Na época, o grupo afirmou que era importante voltar relendo os sucessos para reafirmar seu espaço no cenário do pop-rock nacional. Mas em todas as entrevistas eles deixavam claro que desde o início estavam pensando em um novo disco só de músicas inéditas. Em entrevista coletiva no Espaço Criança Esperança, no Rio de Janeiro, em 16 de julho de 2002, Paulo Ricardo disse que, inclusive, já havia várias músicas prontas para este novo trabalho. “Acho que a tendência é melhorar. O nosso trabalho é consistente, as pessoas estão esperando o novo e se acertarmos nas canções temos condições de superar este disco”, disse o cantor, na coletiva.


Já Fernando Deluqui disse que o entrosamento continuava o mesmo, nem parecendo que haviam se passado 12 anos. Mas, um ano e cinco meses depois, a verdade veio à tona. Como aconteceu no passado, o relacionamento entre os quatros nao era o melhor. Durante a turnê e uma série de conflitos de interesses acabaria os separando novamente.