O disco Elektra do RPM , ¿É muita informação e pouco conteúdo?

O álbum Elektra do RPM foi um equívoco por ser muito dançante. 


Hoje vamos contar a história do álbum Elektra, último disco oficial lançado pelo RPM em 2011, que foi composto e produzido por Paulo Ricardo e Luiz Schiavon. 

Assista a seguir, o video com essa história.


“Jamari França”, um dos grandes críticos do rock nacional, publicou em seu blog em outubro de 2015, que conversou com Paulo Ricardo sobre esse disco. “Paulo também me disse que o disco Elektra, lançado na quarta volta da banda, tinha sido um equívoco por ser muito dançante. 
Não me entusiasmou por causa disso mesmo, e estava na expectativa de que o vetado Deus Ex Machina, faria o RPM se renovar”.

No dia 4 de janeiro de 2011, Paulo Ricardo anunciou através do Twitter que estava trabalhando em um novo álbum do RPM.

As primeiras 4 músicas foram, Dois Olhos Verdes", talvez a que mais se assemelhasse ao estilo musical do RPM dos anos 80, que por outro lado seria escolhida para ser música de trabalho.

As três restantes seriam, “Crepúsculo”, “muito tudo” e Ela é demais pra mim”, que apresentavam claramente influências da música eletrônica.

O restante das músicas e o álbum, chegaram as lojas no final de 2011, quando foi feito o lançamento oficial do trabalho. Embora não tenhamos informações detalhadas, sabemos que ELEKTRA, é o álbum do RPM com menos cópias vendidas, o que é normal em alguns aspectos, visto que foi lançado numa época em que os álbuns físicos, já não são vendidos como na década de 80.

Se fizermos uma análise geral do álbum, podemos dizer que Elektra é um álbum de música eletrônica, com pitadas de rock, como aparecia em alguma materia publicada na época.

Quanto às letras, Paulo Ricardo deixou de lado aquela indignação que trazia em músicas como “Revoluções Por Minuto”, “Juvenília” ou Rádio Pirata, por temas mais banais, como felicidade, amor, sexo, um tom bem menos comprometido.

Talvez as únicas exceções sejam “Problema seu” e “Muito tudo”. Já comentei que o disco valeu a pena, só pela música “Muito tudo”, a melhor “faixa” desse álbum. Em segundo lugar colocaria a “balada” “vidro e cola”, onde vemos reminiscências da época romântica de Paulo Ricardo, nos anos 90.

¿Mas, por que o RPM lançou um disco de rock, misturado com música eletrônica?.

O RPM foi uma banda que nos anos 80 esteve à frente de seu tempo, trazendo inovação ao rock nacional, não só por toda a estrutura, programação e sequências dos teclados de Schiavon, mas por todas as informações, influências e aprendizados que Paulo Ricardo, trouxe de volta de sua estadia em Londres.

Elektra é uma tentativa de inovar, mas essa combinação de rock e música eletrônica não foi uma boa decisão, mesmo o álbum tendo sido relativamente bem recebido pelos fãs e pelo público em geral.