O terceiro disco de estúdio do RPM, um álbum puramente hard rock (por Paulo Faria)

O Paulo Ricardo & RPM de 1993, um álbum puramente hard rock.



O segundo: “PAULO RICARDO & RPM”, álbum autointitulado o qual é considerado na verdade o terceiro disco de estúdio do RPM, lançado em 1993, e sem a presença do tecladista Luiz Schiavon. Por razões judiciais a bolacha não pôde ser lançada simplesmente como “RPM”.
Sempre fui fã do RPM e achei digno o alcance rumo às estrelas que o grupo alcançou nos anos 80. A dupla de compositores Paulo Ricardo e Schiavon tinham exatamente a ideia de como constituir um conceito em torno de uma banda de rock e sempre compuseram temas consistentes. O resultado foi o primeiro disco, recheado de excelentes canções. Pena que o megassucesso do RPM foi também um dos causadores de sua ruína. Mas tá. 


E esse tal de “PAULO RICARDO & RPM”? Pois é! Sempre tive preconceito quando ouvia falar desse disco, pois como a década já era outra e eu já estava quase tendo ataques ouvindo nas rádios Paulo Ricardo solo cantando aqueles temas bregas, eu passei a ter a convicção que o disco se tratava justamente disso: “Um álbum de músicas bregas cantadas por Paulo Ricardo tendo como acompanhantes os instrumentistas do RPM”. 


Ledo engano! Na verdade se trata de um álbum puramente hard rock, com temas densos e a guitarra do Fernando Deluqui sempre à frente. É nesse disco que você vê como o guitarrista do RPM sempre foi relegado à segundo plano durante a carreira da banda até ali. 

O disco é pesado (nessa época, propositalmente, o grupo quis se desvincular daquela sonoridade tão característica que eles faziam nos anos 80), têm musicas excelentes como “Pérola”, “Hora do Brasil” e a linda ‘power balada’ “Veneno”, que você ouve, ouve, ouve e nunca se cansa. 

Essa é uma das músicas mais bonitas já feitas por uma banda de rock brasileira, e o disco, num todo, poderia se tornar um clássico. 

Continuam ali as excelentes letras de Paulo Ricardo, o instrumental reformulado e uma “nova” estética musical. Mas é 1993, outra década, outras exigências de mercado, outra história… 

É um disco que imagino que cairia muito bem se fosse cantado em inglês, e é uma pena que poucos conheçam essa obra.

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