Paulo Pagni: A História Triste do Fim do Baterista do RPM – Depressão e Solidão

Paulo Antônio Pagni, o eterno P.A. do RPM, foi um dos bateristas mais carismáticos e respeitados do rock brasileiro.


Nos anos 80, viveu o auge da fama ao lado de Paulo Ricardo, Luiz Schiavon e Fernando Deluqui, levando multidões aos shows e marcando a história da música nacional com clássicos que atravessam gerações.
Mas, por trás da glória e do som potente da bateria, existia um homem que enfrentou lutas silenciosas e dolorosas.
Veja o video a seguir:

Do Sucesso aos Tempos Difíceis

Após décadas de estrada e muitos shows inesquecíveis, o RPM anunciou em março de 2017 uma pausa em suas atividades.
Para P.A., que via a banda como sua grande razão de viver, a interrupção das apresentações foi um golpe profundo.
Segundo amigos e pessoas próximas, a ausência dos palcos abriu um vazio difícil de preencher.

De acordo com reportagens do portal G1, Paulo Pagni passou a lutar contra a depressão, enfrentando crises de ansiedade, momentos de paranoia e uma solidão que se tornava cada vez mais evidente.
Sua saúde mental, já fragilizada, foi agravada por um histórico de excessos com álcool e drogas nos anos 80 e, mais tarde, pelo uso de medicamentos sem prescrição médica.

O Isolamento em Araçariguama

P.A. morava sozinho em um sítio de mil metros quadrados na zona rural de Araçariguama, em São Paulo.
Mesmo após a morte dos pais, permaneceu na propriedade, cercado por mata e animais de estimação.
Vizinho e amigo próximo, Moacir Lopes contou que o baterista, muitas vezes, “não se alimentava bem e andava como mendigo”, apesar das tentativas de ajuda da comunidade.

Ele ainda mantinha pequenos hábitos que revelavam sua essência gentil, como frequentar uma padaria local para tomar café e conversar sobre os velhos tempos do RPM.
Funcionários do local lembram de um homem educado, mas sempre com roupas sujas e aparência descuidada, o que causava preocupação em quem o conhecia.

Internações e Última Batalha

Mesmo afastado dos palcos, P.A. continuava recebendo direitos autorais e ajuda financeira dos ex-companheiros de banda, que custearam tratamentos médicos e psicológicos.
Em 2018, ele chegou a ser internado em uma clínica particular por 30 dias, mas a melhora foi apenas temporária.

No dia 14 de maio de 2019, Paulo Pagni foi internado em estado grave no Hospital São Camilo, em Salto (SP), após sofrer insuficiência respiratória.
Permaneceu na UTI por mais de um mês, enquanto fãs e amigos aguardavam notícias com esperança.
Infelizmente, em 22 de junho de 2019, aos 61 anos, P.A. não resistiu.
A causa oficial da morte foi insuficiência respiratória agravada por broncopneumonia.
Despedida e Legado

O velório e enterro, realizados em Araçariguama, reuniram cerca de 50 pessoas entre amigos, familiares e fãs.
Os músicos Luiz Schiavon e Fernando Deluqui compareceram para prestar suas últimas homenagens, enquanto Paulo Ricardo, ex-vocalista do RPM, se despediu por meio das redes sociais.

Apesar do final triste, o legado de Paulo Pagni permanece vivo.
Sua trajetória é um lembrete de que a saúde mental é tão importante quanto a física, e que nem mesmo o sucesso e a fama protegem alguém das batalhas internas.

P.A. será sempre lembrado como um artista apaixonado, cujo som de bateria continua ecoando nas músicas que marcaram gerações.
Que sua história sirva de reflexão e inspiração para que mais pessoas busquem ajuda e apoio em momentos de dificuldade.