LS&D a história da banda do Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Andre Lazzaroto

LS&D a banda do Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Andre Lazzaroto


Após a separação do RPM no final de 2003, Luiz Schiavon e Deluqui formaram uma nova banda, mas tiveram que agregar pelo menos mais um integrante, então foi convidado André Lazzaroto, que dividiria a guitarra e os vocais com Delúqui.


André Lazzaroto era um jovem músico, que Fernando Deluqui conheceu no circuito paulista, em um dos shows em que foi convidado a participar.

Em 2004 e em meio às acusações cruzadas entre Paulo Ricardo e Luiz Schiavon, o LS&D, começou a trabalhar. Gravaram um álbum chamado “LSD, viagem na realidade”, que foi lançado em meados de junho, com uma edição especial de 1000 cópias, que foi vendida apenas pela internet.

Tinha um encarte de 20 páginas no formato 24 x 14 centímetros, cada edição era numerada e assinada por cada um dos membros.

O álbum continha 12 músicas, das quais uma delas se tornou um grande sucesso, antes do lançamento do álbum, por ser a música de abertura da novela da TV Globo “Cabocla”, a música se chamava Madrigal, uma das melhores composições do álbum.

A novela Cabocla estreou em maio de 2004 com grande sucesso. A música atingia milhões de telespectadores diariamente, mas poucos sabiam que, por trás da música, estavam dois dos ex-integrantes do RPM.

Obviamente todo o trabalho feito por Luiz em outras novelas de Benedito Ruy Barbosa ajudou a música a entrar na novela.

¿Como foi a idéia de Madrigal ,Tema da novela Cabocla ?.

Luiz Schiavon falou na época:

Eu estava ao mesmo tempo gravando com o LSD, e compondo algumas canções para "Cabocla". No meio disso surgiu esta canção, composta como um madrigal renascentista. Na verdade ela era para o repertório do LSD. Mas quando mostrei para o Marcelo Barbosa, meu parceiro no desenvolvimento das trilhas, ele ficou maluco com a música. Fizemos uma letra, mas não ficou nota 10. Aí o Nando colocou outra letra.

Cabocla, foi uma música que teve bastante repercussão nas rádios e apresentava uma letra com imagens poéticas, emolduradas por um arranjo baseado em violões, evocando os madrigais renascentistas, além dos ótimos arranjos de Luiz Schiavon.

Mas, além deste lado poético, a banda também possui canções mais viscerais como "Novo Dia" e "Uma Qualquer". A mistura de influências como "rap" e "tecno" aparecem em "Fechando a Guarda", "LSD", e "Caminho do Céu", esta última com participação do DJ Patife.

"Música Para Seu Corpo", segue a mesma linha e tinha tudo para "bombar" nas pistas. As baladas "pop" também encontram seu lugar, tanto em canções mais introspectivas, como "Verdadeiro Amor" e "Através da Noite", como também nas alegres "O Mar" e "Chuva".

Deluqui falou em entrevista na época.

“O Luiz e eu, percebemos que podíamos facilmente compor juntos. Mostrei algunas coisas minhas para ele, e ele gostou. Entramos no estúdio com uma letra que eu tinha, só no violão, e saímos com ela gravada. O Luiz fez umas intervenções fundamentais. A canção se chama Fechando A Guarda, e foi a primeira a entrar para o disco. Aquilo para mim foi simbólico”, conta Deluqui

Por sua vez, afirmou Luiz Schiavon em entrevista ao site “O Faminto”, de Randolpho Radsack.

“A idéia de montar o LSD, decorreu do final do RPM. Eu tinha um repertorio muito bom, formado pelas músicas que estariam no CD do RPM. Conversei com o Nando e ouvi algumas canções dele. Gostei e resolvemos fazer um teste de trabalho em estúdio. O resultado foi surpreendente, tanto pra mim quanto para ele.

Na mesma entrevista perguntaram a Luiz Schiavon.

O Deluqui diz estar muito satisfeito em ser seu parceiro em composições. ¿como descobriram afinidades depois de tantos anos, como chegaram a essa conclusão?

Luiz Schiavon respondeu: Foi ótimo. O RPM era uma banda onde não havia espaço para mais um compositor, isso ficou claro nos "Coiotes", onde o Nando, e PA colocaram músicas, o que resultou num álbum irregular. No LSD ele pode mostrar este lado, bem como o de cantor e isso trouxe estabilidade ao grupo, pois todos tem seu espaço.

Este trabalho do LSD, tem excelentes músicas, a verdade é que teria sido um bom disco do RPM, se somarmos algumas do PR5, como “Terra Brasílis” ou “Credito”, somadas a outras demos publicadas na época, como “Celebridade” e a música “do sexo e do poder”.

Após o lançamento do álbum, a banda fez poucos shows, e no final do ano o grupo se dissolveu, chegando ao fim.

¿Mas quais foram os motivos dessa separação?

A obra foi muito boa, mas não teve a divulgação que merecia, apesar de ter feito sucesso em uma das novelas da Globo.

Embora seus videoclipes tivessem presença na MTV, e “Madrigal” tocava muito nas rádios, infelizmente a banda não conseguiu decolar.

Na época acreditava-se que o fim havia ocorrido, pois em novembro de 2004, Luiz Schiavon teria sido convidado por Fausto Silva e Luzimara, para trabalhar no programa “Domingão do Faustão”, como Luiz contou em entrevista.

Da mesma forma, existem outros motivos que também afetaram o grupo, um deles foi o pequeno número de shows que a banda realizou, era muito tempo em estúdio, mas pouco tempo na estrada, no palco.

Por último, também houve alguns problemas internos, em 2006 tivemos acesso a uma conversa que teria ocurrido em Fevereiro de 2005. Como nos disseram na época foi uma conversa que vários fãs do RPM também tiveram acesso, Fernando Delúqui teria dito o seguinte:

Não dá pra fazer banda sem humildade. O Luiz quer tudo do jeito dele. O Lazza precisa aprender a cantar. E o pior é, que na hora de decidir as coisas, o que eu quero não rola. PAREI!!!

Não da pra perder mais um ano, agora sou eu comigo mesmo.

Não dá pra ser roqueiro e ter medo de palco...

Nos ensaiamos tanto, e sem quase nenhum resultado. Ainda bem que o Luiz foi pro Faustão, porque foi mais fácil para parar.

Sem condições. Rock é rock mesmo. Liga, toca e detona.

E tinha uma jogada do Luiz proteger o Lazza, ...achar que ele tinha que aparecer... ficou fake...

O que ficou mal resolvido é isso. quem manda bem, manda bem e pronto. Quem não manda fica devendo no filme.


Em 2018 a LSD teria um novo capítulo, já que Luiz Schiavon e Fernando Deluqui voltaram a trabalhar juntos, em um projeto que se chamava RPM, mas com a morte de Paulo Pagni em 2019, e de Luiz Schiavon em 2023, o projeto deveria ser Fernando Deluqui & banda.