RPM O ESTOURO DO ANO (REVISTA BIZZ 1986)

Retrospectiva 86 Revista BIZZ. OS ASTROS DO ANO





O ano já acabou? Pois é, a corrida frenética da folhinha foi tanta que os doze meses de 1986 fugiram tão rápido quanto pintaram. E a atividade no rock, em vídeo, no cinema e no comportamento acompanhou o beat acelerado da valsa dos dias.
BIZZ registrou, tintim por tintim, todos os principais fatos de um ano especialmente atribulado e bem sucedido - afinal, em 86 a indústria fonográfica cresceu cerca de 40% e a demanda por música escalou picos inéditos. Mas será que você se lembra, mesmo, de tudo de importante que aconteceu neste ano? Pra refrescar a memória...

Retrospectiva 86 Revista BIZZ

OS ASTROS DO ANO

O ano já acabou? Pois é, a corrida frenética da folhinha foi tanta que os doze meses de 1986 fugiram tão rápido quanto pintaram. E a atividade no rock, em vídeo, no cinema e no comportamento acompanhou o beat acelerado da valsa dos dias.
BIZZ registrou, tintim por tintim, todos os principais fatos de um ano especialmente atribulado e bem sucedido - afinal, em 86 a indústria fonográfica cresceu cerca de 40% e a demanda por música escalou picos inéditos. Mas será que você se lembra, mesmo, de tudo de importante que aconteceu neste ano? Pra refrescar a memória...

Quando saiu Revoluções por Minuto a crítica desmilinguiu-se em elogios à inteligência poética e à argúcia sonoro. Pois é: foi esta sacação que conquistou o país, também. Este foi o estopim do estouro de 86.

O show

Quem estava acostumado às noitadas que o RPM promovia no Madame Satã e na danceteria Pool levou um sustaço quando o grupo pisou no Teatro Bandeirantes, no inverno de 1985, para estrear o show que Ney Matogrosso arquitetara - raio laser, trocas de roupa, gelo seco. Era um show de gente grande. E de verde almejante ao estrelato, com o show o RPM virou superestrela, aprimorando jogadas cênicas, drama, sensualidade, sedução. Quem viu os shows do RPM em 86 enxergou neles o brilho das estrelas.

O futuro

E daqui para a frente, após quase dois milhões de discos vendidos e uma exposição maciça bem próxima da saturação? O que fará o RPM?
Ney Matogrosso sugere que eles desapareçam - para evitar um provável fastio do público. E é, mais ou menos, o que a banda fará.
Em março o RPM dará uma parada para pensar, compor e arranjar o material do próximo disco. Quase ao mesmo tempo a CBS e o RPM começarão a planejar uma investida no exterior, com o lançamento de um LP em inglês nos Estados Unidos e na Inglaterra já dentro dos planos.
Cogita-se o início de uma nova excursão em meados de 87, quando o terceiro álbum do RPM já estiver nas ruas. Cogita-se a filmagem do show de 86, em dezembro, para um vídeo de longa metragem, a ser dirigido por Bruno Barreto, o mesmo que fez A Dama do Lotação.
Mas de real, mesmo, só existe o descanso para compor em março. O resto, pode se dizer, são especulações por minuto.

O mito

Não é exagero algum dizer que Paulo Ricardo é a estrela do RPM. Tampouco seria hipérbole nomeá-lo o ídolo de 86. Suas feições gregas, seus ombros famosos, sua voz rouca e assertiva, seu muchocho sexy, tudo contribuiu para que ele se transformasse num popstar como o Brasil não conhecia desde que Roberto Carlos usava calças Calhambeque.

Ele se tornou aquele barato que as pessoas costumam chamar mito: um personagem maior que a própria vida, um sonho de carne, osso, vinil, papel e videoteipe que embala uma nação de garotos e garotas com promessas molhadas e canções pop. Como mito, não pertence mais a si próprio. E não é pessoa: é fenômeno.